sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11:11:11

Hoje é um dia de festa para o bLog Onzed'Onze, afinal é o dia 11 de novembro de 2011 da Era Vulgar. Um dia de simbolismo interessante (11/11/11), mas ao mesmo tempo é um dia qualquer, visto que - a despeito dos alardes dos místicos virtuais e dos profetas do apocalipse - o verdadeiro dia 11/11/11 só ocorreu no ano 11 da Era Vulgar (Depois de Cristo) e, ainda assim, não teria nenhum impacto místico ou mágiKo, pois a Era Vulgar não é a contagem real do Tempo do Mundo.

O verdadeiro décimo primeiro dia do décimo primeiro mês do décimo primeiro ano não foi testemunhado pelo homem. Então, os fatos estranhos, os cataclismos, as mudanças de consciência atribuidas a esta combinação numérica não tiveram nenhum impacto sobre o ser humano (pelo menos de forma presencial). O dia de hoje nem sequer abriga uma combinação numérica perfeita, pois hoje é o dia 11 do mês de Novembro (que só é o mês Onze devido a uma convenção, pois de fato, no ciclo lunar e na contagem dos meses originais - baseada nas estações - Novembro é o nono mês) de 2011 (que não é um ano composto por combinação perfeita e sequencial do signo numérico "1").

É uma data de beleza simbólica, que pode até provocar belas impressões às consciências daqueles que buscam alguma coisa além do que sentimos com nossos parvos sentidos objetivos e com nossos atrofiados sentidos subjetivos. Então, belos amigos, é hora de aproveitar tanto alarde sem fundamento e transmutar essas besteiras proféticas para lembrar ao homem que é hora de nos conscientizarmos e nos prepararmos para uma mudança real, que envolve não apenas um grande evento cósmico, uma explosão de luzes e cores para os "místicos" de internet e os profetas do apocalipse babarem olhando para o céu. A verdadeira mudança que podemos fazer e está nas nossas mãos para que façamos é o fim do sistema de coisas que ora julgamos como o único possível.

Nós não precisamos de tantos governos, tantas fronteiras, tantos líderes, tantos sistemas econômicos, tantas religiões, tantas moedas. Precisamos apenas dos "A's" dos quais o Marinho fala: Água, Alimento, Abrigo. Enquanto estivermos dividos por países, governos, sistemas de governos, etc e etc, também estamos divididos de nós mesmos. Somos uma única espécie fingindo ser várias. Enquanto um moleque loiro está gordo, estatelado num sofá vendo desenho animado e morrendo por doenças causadas por extrema ingestão de alimentos, uma criança negra está morrendo de fome, desnutrida, rangendo seus dentes deitada no chão. Estes extremos são prejudiciais e são resultados óbvios e diretos do sistema de coisas.

Onze do Onze é um bom momento para mudarmos nossas consciências em relação a isso. É um excelente momento para abrirmos nossa mente e parar de acreditar no Deus Mídia. E não estou falando de TV e Rádio e Internet e Jornais. Estou falando da pior Mídia, que é a Mídia do Bate Papo. Aquelas conversas com os colegas no horário do almoço, onde cada um despeja toneladas de preconceitos enquanto finge, atuando para si e para os outros sobre o quão livre de idéias pré-concebidas é. É essa a pior mídia, onde você fala mal de tudo o que você não entende, e tenta convencer outros a pensar como você. Pergunto se você já pensou em quantas mentiras por dia você fala nesses momentos e no grande mal que causa. Pergunto se você  faz idéia do poder de sua palavra sobre a opinião alheia e nos desdobramentos disso. Pergunto se você saberia viver sem essas mentiras. Afirmo que são essas suas mentiras esses pequenos preconceitos que sustentam essa sociedade ridícula, com governos corruptos (espelhos de uma sociedade corrupta) e com empresas corruptoras. Sim! A culpa é de cada um que falta com a verdade para fazer-se popular em uma roda de conversa.

Proponho a cada um utilizar este "místico" dia para refletir e tentar passar um dia sendo o que realmente é, sem fingir saber o que não sabe, sem opinar baseado em preconceitos. Lembre-se: Se você nunca esteve do lado de lá daquela porta fechada, você NÃO SABE o que tem lá. E quanto mais restrita é a entrada por aquela porta, quanto menos pessoas têm o direito de entrar, mais tem gente que nunca lá esteve falando que sabe o que lá existe. Ou seja, quanto mais restrito um tema, maior o número de ignorantes e mentirosos falando sobre ele. Experimente não fazer isso. Experimente dizer "Não sei" quando alguém perguntar sobre algo de que você não entende. Experimente a Verdade.

Escrevi uma música, para o disco The Gigsaw, da banda Sub Rosa, uma música chamada "The Last Ride", onde falo sobre o mundo ideal, no qual acredito que vamos viver tão logo o homem abra mão de suas fragilidades. O homem odeia aquilo de que tem medo e ataca ferozmente aquilo que expõe sua fraqueza. A letra desta música é em inglês, mas vou traduzí-la assim:

O ÚLTIMO PASSEIO

Parte 1:
No fim, você dá uma olhada e percebe
Que as coisas não são como costumavam ser
Não há mais ninguém para culpar
E você nunca mais será o mesmo (novamente)

Mais ninguém para lhe dizer o que fazer
Ninguém dizendo o que é direito para você
Nada mais para chamar de seu
E nenhuma bandeira para inflamar você (nenhum tipo de herança)

Liberte os deuses de doutrinas religiosas
Liberte o amor de alianças e árvores genealógicas
Sinta a verdadeira abolição
Isso é apenas um passeio, aproveite o fim

A parte dois continua o tema, mas a parte 1 é a que realmente importa para este tema. A propósito, ela é a música 11 do disco...

Apenas a título de curiosidade, a parte 2 diz o seguinte:

O Último Passeio
Parte 2:
Um novo tempo está chegando e, acredite, você é uma estrela
Leia nossos antigos credos secretos, monte unicórnios malhados
Agora inquira por que são enlaçadas as noites mais velhas a comer dias crus

Se a luz espreita, una minhas novidades interiores e teu gelo
Tente sentir o que há de real em três dimensões de Tempo
Não há mais tempo para temer e odiar.
É apenas um passeio, aproveite o fim!


Feliz 11/11/11 que na verdade não é 11/11/11.

Aproveite este dia para mudar de vida. Se não conseguir, pode aproveitar qualquer outro dia. Todo dia existe uma combinação numérica bem interessante para você usar uma desculpa mística para dar um basta em tudo o que há de errado.

"Imagine todas as pessoas vivendo suas vidas em paz..." - Mestre Lennon

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Excesso de Citação de Embasamentos = Insegurança

"A ciência provou, prova e ainda provará todos os benefícios que ela (a maconhapode trazer para a sociedade." - Não vou citar o autor para não sujá-lo.


Tenho preguiça e sinto vergonha alheia quando leio argumentos como o citado acima. No texto em questão, um usuário da maconha pretende defender a descriminalização do uso da mardita. Para não assumir que "quer porque quer", lança mão de argumentos ridículos como os do Marcelo D2, que afirma que "uma erva natural não pode lhe prejudicar" (será que o energúmeno já ouviu falar em ervas venenosas? Será que ele colocaria seu argumento à prova, ingerindo sementes de rícino? Afinal, é uma erva natural, enviada por D'us), e, logo em seguida, após desfilar argumentos sem sentido, solta a pérola que citei acima, afirmando que a Ciência já provou isso e aquilo.

Em primeiro lugar, a maioria dos citadores da "Ciência" sequer tem o hábito de ler periódicos científicos e, mesmo se lessem, talvez não entenderiam bulhufas do que neles é colocado.

Em segundo lugar, no caso específico da maconha, ela não é proibida por políticos ou policiais ou beatas caretas que querem atrapalhar o mundo dos maconheiros ou ganhar dinheiro com o tráfico ilegal. O consumo dela é proibido pelo Ministério da Saúde, devido aos malefícios que provoca. Atualmente, o que é divulgado em periódicos científicos é que o uso da maconha provoca várias complicações psíquicas, reduz em 50%-60% os índices de testosterona (o que explica muitos comportamentos estranhos dos usuários do sexo masculino...), agride órgãos vitais e prejudica os reflexos e o raciocínio. Seu único uso medicinal comprovado está no controle de enjoos e ataques epilépticos, mas há outros medicamentos muito mais eficazes e menos perigosos para ambos os casos. Mesmo a justificativa de que a Cannabis Sativa tem uso medicinal jamais justificaria sua liberação para ser fumada a torto e a direito, pois ela seria restrita aos DOENTES e, devido a seus inúmeros efeitos colaterais agressivos, teria que ser vendida sob prescrição médica e teria tarja preta. Enfim, maconheiros, sinto informar que seus argumentos não colam. No fim das contas, o molequinho que escreveu o texto vai ter que continuar batendo o pezinho no chão, dando chilique e falando que "quer porque quer" a descriminalização, sem nenhum outro argumento. Ervas naturais prejudicam, sim! Ou aceita as leis da Natureza ou vá morar na terra da fantasia.



Em terceiro lugar: Pessoas que argumentam demais citando "a Ciência prova", regra geral, não têm segurança em si mesmas. Reconhecem que são mentirosas contumazes, em seu subconsciente, e sabem que, se estivessem no lugar de seu interlocutor, não dariam a menor credibilidade às palavras ouvidas. Sabem, também, que não teriam condições de sustentar seus argumentos, então jogam para a tão magnífica Dona Ciência a responsabilidade das besteiras que afirmam, pois sabem, também, que poucas pessoas correrão atrás da informação no círculo científico cabível.

Carambolas... como irrita ver pessoas fazendo isso! Não tem argumento? Cale a boca!

Quer fumar maconha? Fume! Mas saiba que é CRIME, que FAZ MAL, que VICIA, que DEIXA LERDO, que causa IMPOTÊNCIA SEXUAL, que deixa AFEMINADO, que você, bondoso maconheiro, de espírito e intelecto tãããão elevados, SUSTENTA O TRÁFICO DE DROGAS, que MILHARES DE CRIANÇAS são aliciadas pelo tráfico todos os anos e MORREM por isso, que várias FAMÍLIAS SÃO DESTRUÍDAS por sua culpa única e exclusiva, que você é um INFRATOR DA LEI, etc e etc. Não tente convencer as pessoas de que esse seu vício faz bem, não tente induzir outras pessoas a cair no mesmo erro que você, a não ser que você seja um traficantezinho sem caráter e sem vergonha, você não lucrará nada levando pessoas para o buraco onde você se encontra. Embora eu saiba bem que vocês são muito inseguros e adoram companhia, gostam de ver que não estão sozinhos na merda.

Assumam que vocês gostam mesmo é de fugir da realidade. Fumar maconha pra você, brasileirinho, não é hábito religioso. Você não tem nenhuma fé em Jah. Isso é só uma desculpa esfarrapada, seu inseguro. Seja pelo menos, honesto para assumir que você fuma esse negócio para escapar das responsabilidades que a realidade lhe mostra.

Ciência prova o quê?

Vá ler um periódico científico, veja o quanto você é desinformado e vá procurar instrução. Recomendo que você pare de fumar essa coisa, senão o cérebro não vai ajudar muito, você vai ficar delirando em cima de informações sérias, criando ilusões de que é muito inteligente sem ser e, no fim, vai espalhar pelo mundo mais merda, através do que você chama de "sua arte", mas é apenas veículo de apologia a maus hábitos.

Postagem atípica, essa... mas canso-me fácil de ver mentirosos metidos a fodões espalhando merda pela rede. Pior ainda quando um escroto desse afirma ser parte de coisas inacessíveis para gente sem caráter.

Quer saber o realmente há de científico na maconha? Aqui está o link do Ministério da Saúde sobre ela: http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=271

Algum defensor tem alguma fonte séria a mostrar, ou vão continuar falando que "a Ciência prova, provou e provará"??? Acho que isso foi fruto de um delírio...

SEJA FEITA A JUSTIÇA, MESMO QUE DESMORONEM OS CÉUS!

VERDADE! VERDADE! VERDADE!

SEMPRE A VERDADE!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Traduções de Letras de Música - Parte 002: Hotel California - The Eagles


Mais uma campeã de traduções erradas na internet (e nos trabalhos escolares), Hotel California é alvo da curiosidade de muitos fãs de Rock n' Roll. Este vídeo é clássico e, ao meu ver, muito mais interessante do que aquele acústico famoso. Aqui vemos realmente o que foi o vôo das Águias nos anos 70.

A letra, fantástica, super culta e quase indecifrável para quem não viveu nos USA na época, requer um senhor estudo para ser decifrada. Não ouso colocar aqui a minha interpretação do que é o Hotel California. Apenas indico os caminhos para quem quiser tentar chegar a uma conclusão, ou apenas aventurar-se nesta estrada deserta e escura.


HOTEL CALIFORNIA*

Numa autoestrada deserta e escura
O vento fresco em meu cabelo
O cheiro cálido de maconha erguendo-se no ar
Logo adiante, à distância, avistei uma luz trêmula
Minha cabeça ficou pesada e minhas vistas se embaralharam
Tive que pernoitar

Lá estava ela, na entrada
Ouvi a campainha da recepção
E estava eu pensando cá pra mim
“Isso poderia ser o paraíso ou o inferno”
Aí ela acendeu uma vela e mostrou-me o caminho
Havia vozes pelo corredor
Pensei tê-las ouvido dizer:

Seja bem-vindo ao Hotel California
Um lugar tão adorável
Um rosto tão adorável
Um monte de quartos no Hotel California
Em qualquer época do ano
Você o encontra aqui

A mente dela está obcecada pela Tiffany*
Ela tem as torções* da Mercedes
Ela tem um monte de rapazes lindos, lindos
Que ela chama de “amigos”
Como eles dançam no átrio!
Doce suor de verão...
Alguns dançam para lembrar, outros para esquecer

Então, chamei o capitão*
“Por favor, traga meu vinho”
Ele disse: “Não temos tido esse senso de humor* por aqui desde 1969”
E aquelas vozes ainda ficam chamando de longe
Acordam você no meio da noite
Apenas para ouvi-las dizer:

Seja bem-vindo ao Hotel California
Um lugar tão adorável
Um rosto tão adorável
Eles aproveitando a vida no Hotel California
Que bela surpresa
Traga seus álibis

Espelhos no teto
Champagne Rosê ao gelo
E ela disse: “Somos todos apenas prisioneiros aqui, de nosso próprio dispositivo”
E nas Câmaras* do Mestre
Eles se reuniram para o banquete
Eles o* apunhalavam com suas facas de aço*
Mas simplesmente não conseguiam matar a Besta*

A última coisa de que me recordo
É de que eu estava correndo para a porta
Eu precisava encontrar uma passagem de volta
Para o lugar de onde vim
“Relaxe”, disse o vigia da noite
“Estamos programados para receber.
Você pode assinar sua saída sempre que quiser,
Mas nunca pode sair!”


1 – California está sem acento porque não deve ser traduzido. É comum traduzir nomes de estados norte-americanos, como “São Francisco”, “Nova Orleans”, “Carolina do Sul”, “Nova Iorque”, ao invés de usar seus nomes originais “San Francisco”, “New Orleans”, “South Carolina” e “New York”. Neste contexto, costuma-se acentuar a palavra “Califórnia”. No caso da música, no entanto, estamos nos referindo a um hotel chamado California, e não ao estado da Califórnia. Portanto, como nome de estabelecimento, não é prudente traduzir nem aportuguesar. Vale ressaltar que a foto na capa do disco “Hotel California” é o Beverly Hills Hotel, também conhecido como “Palácio Cor-de-Rosa”, muito freqüentado por celebridades. A foto é do Beverly Hills Hotel visto do Sunset Boulevard, outro estabelecimento de alto luxo (isso é muito importante para compreender o conceito do tema Hotel California, sobre “o lado sombrio do Paraíso”, nas palavras do compositor Don Henley).
As origens da palavra “California” são tema de muita polêmica e seria válido todo um estudo só sobre isso. Mas, a título de curiosidade, podemos ressaltar algumas teorias sobre o significado da palavra: “Quente como um Forno”, “Da Califa (rainha das Valkírias), e “Inferno” (sendo comum em italiano mandar alguém à Califórnia quando quer mandar para o inferno), e, na língua dos índios americanos, há uma palavra semelhante que significa “Montanhas Altas”. Uma outra teoria, abraçada por evangélicos radicais e teóricos da conspiração, afirma que o cantor não diz “hotel” na gravação, mas “Hot Hell” (Inferno Quente), nas tentativas de conectar a banda com uma conspiração satânica para perverter as almas dos jovens amantes de rock n’ roll.

2 – “Her mind is Tiffany-twisted”. Tiffany & Co é a maior, mais cara e mais badalada joalheria dos Estados Unidos. O fato da mente da garota estar “retorcida pela Tiffany” é uma referência ao materialismo dela, confirmado na próxima metáfora.

3 – “She got the Mercedes Bends”. Don usa um trocadilho de “Benz” (da marca Mercedes Benz) com “Bends” (Torções). “The bends” é uma expressão usada para referir-se ao estado de euforia vivenciado por mergulhadores, quando emergem à superfície após muito tempo submersos. As golfadas fortíssimas de ar geram este estado alterado de consciência. Fazendo uma ligação com o verso anterior, compreendemos que o materialismo anunciado na obsessão pela joalheria Tiffany e aos carros da Mercedes pode ser comparada ao efeito de alguma droga alucinógena, e que quando ela emerge da “viagem”, experimenta uma sensação semelhante a “the bends”. Trocadilhos intraduzíveis para o português, mas importantes para compreender o que é o “Hotel California”, que, como veremos, não é um hotel.

4 – “So I called up the captain”. Embora a palavra “Capitão” não seja muito utilizada em português para referir-se a garçons, há casos (principalmente aqui em Minas) em que ocorre, devido à influência do inglês em nossa cultura.

5 – “Spirit”, citado na frase “we haven’t had that spirit here since 1969” pode ser erroneamente traduzida como uma referência ao vinho. Inclusive algum tradutor que não conheça bebidas poderia compreender este verso como “Não temos tido este tipo de bebida (spirit) aqui desde 1969”. Isso seria mais um erro cultural do que um erro de tradução, já que o vinho não é um “spirit” (bebida destilada). No caso, “spirit” refere-se ao senso de humor. Por que o garçom diria isso a um hóspede? Por que é engraçado o fato de alguém pedir vinho num hotel? Por que eles não têm ninguém com senso de humor ali desde 1969 (Lembrando que o disco “Hotel California” é de 1976, seriam sete anos desde que ninguém fazia gracejos dentro do estabelecimento)? É para se pensar...
A título de curiosidade: Evangélicos fanáticos e teóricos da conspiração afirmam que “Spirit” é referência ao “Espírito de Deus” e que ele não está presente ali devido às depravações satânicas que se tornaram públicas em 1969 nos Estados Unidos, já que foi justamente em 1969 que Anton LaVey lançou a Bíblia de Satanás e estabeleceu a Igreja de Satã na Califórnia.

6 – “Chambers”, que está traduzido como “Câmara”, também poderia ser traduzido como “Aposentos”, mas tiraria o clima solene e castelar que a letra toma nesta parte.

7 – O “It” do verso “They stabbed it with their steely knives” refere-se ao “Banquete” citado no verso anterior, e não ao “Mestre”, dono do aposento.

8 – “Steely knives” chama a atenção devido ao Y desnecessário no final da primeira palavra. O natural seria “steel knives” para “facas de aço”. Então, por que o “steely”? Pesquisando sobre isso, chegamos à informação de que a banda Eagles excursionava junto a outra banda, administrada pelo mesmo empresário que eles. Esta banda chamava-se Steely Dan. Então, como em um disco contemporâneo a Hotel California o Steely Dan lançou uma música cuja letra citava os Eagles. A música do Steely Dan chama-se “Everything You Did” e a letra diz: “Turn up the Eagles. The neighbours are listening”  (“Aumente os Eagles. Os vizinhos estão ouvindo”). Steely, neste caso , é uma alusão e uma brincadeira com a banda Steely Dan.
O ato de “esfaquear” aqui é também uma referência à injeção de drogas intravenosas, se fizermos uma análise mais profunda da letra. Vejamos mais disso no próximo tópico.

9 – Mais como curiosidade do que tradução, lembremo-nos que nas tradições góticas cita-se o vício incontrolável e a busca hedonista por prazeres imediatos como “A Besta” (quem já jogou o RPG Vampire: The Masquerade já viu esta expressão relacionada à necessidade por sangue). No caso do estabelecimento “Hotel California”, as pessoas ali reunidas, “prisioneiras do próprio dispositivo que criaram”, elas tinham reuniões no quarto do “Mestre”, onde elas tinham uma espécie de “banquete”. Ao ver as pessoas desesperadamente tentando saciar seus vícios, no entanto sem conseguir livrar-se deles, o eu lírico tenta fugir do estabelecimento, que “está programado apenas para receber”, mas de onde nunca se pode sair. Que tipo de lugar é esse? Uma clínica de reabilitação? Um sanatório? Um asilo? Uma prisão? Um hospital? Uma clínica psiquiátrica? A Mansão dos Mortos? O Inferno (Hot Hell Cali Fornia = O Quente Inferno, Quente como Forno)? O Vício?
Quem seria a garota que o herói encontra na recepção? Uma traficante? Um anjo? Um demônio? Lembremo-nos de que ela já o esperava na porta, o ajudou a entrar, o conduziu com uma vela nas mãos, mas tem problemas psicológicos com materialismo, não é funcionária do lugar (ela confessa que também está presa ali) e tem um certo séquito de rapazes...
Enfim, a letra é riquíssima em símbolos. Pode tratar-se de uma história mística, de uma história de terror, de drogas, do fim de um relacionamento. Há muitas teorias. Mas o objetivo é levar a pensar e não dar respostas prontas.




LETRA ORIGINAL (copiada do encarte do vinil Hotel California, de 1976):

HOTEL CALIFORNIA

On a dark desert highway
Cool wind in my hair
Warm smell of colitas, rising up through the air
Up ahead in the distance, I saw a shimmering light
My head grew heavy and my sight grew dim
I had to stop for the night

There she stood in the doorway;
I heard the mission bell
And I was thinking to myself
“this could be heaven or this could be hell”
Then she lit up a candle and she showed me the way
There were voices down the corridor,
I thought I heard them say:

Welcome to the Hotel California
Such a lovely place
Such a lovely face
Plenty of room at the Hotel California
Any time of year
You can find it here

Her mind is Tiffany-twisted
She got the Mercedes Bends
She got a lot of pretty, pretty boys,
That she calls friends
How they dance in the courtyard!
Sweet summer sweat.
Some dance to remember, some dance to forget

So I called up the captain,
“please bring me my wine”
He said: “We haven’t had that spirit here since nineteen sixty nine”
And still those voices are calling from far away
Wake you up in the middle of the night
Just to hear them say:

Welcome to the hotel california
Such a lovely place
Such a lovely face
They livin’ it up at the hotel california
What a nice surprise!
Bring your alibis

Mirrors on the ceiling,
The pink champagne on ice
And she said: “We are all just prisoners here, of our own device”
And in the Master’s Chambers,
They gathered for the feast
The stabbed it with their steely knives,
But they just can’t kill the beast

Last thing I remember,
I was running for the door
I had to find the passage back
To the place I was before
“Relax,” said the night man,
“We are programmed to receive.
You can check out any time you like,
But you can never leave!” 

O Homem Capitalista Ocidental e Seu Descaso com o Resto do Mundo

 Imaginem vocês a seguinte situação:

O Grande Homem Ocidental
Você vai à Europa Oriental e resolve, um belo dia, conhecer a cultura local através de uma ida ao cinema. Há um filme em cartaz que chama a sua atenção. O nome do filme: "Jesus".
Ingresso na mão, guloseimas prontas, você adentra a sala para ver um lindo filme religioso.
Para seu total espanto, tem início um filme de ação, onde um cara cabeludo e musculoso, tão cheio de poderes quanto de contradições e incertezas, usando uma calça coladinha e um corpete, no bom estilo dos heróis da Marvel e da DC, chamado Jesus, combate inimigos que querem tomar o domínio do planeta. O chefão do mal não poderia ser outro: Lúcifer. Loiro, de cabeleira esvoaçante e tridente lança-chamas, arma mil e uma situações para derrubar Jesus.
A intervenção maior acontece: O próprio D'us Javé (ou Jeová, ou IHWH, como queiram) é o personagem mais poderoso do filme, mas também é várias vezes ludibriado pela corja de Lúcifer.
Lembrando que todos eles, tanto Javé quanto Lúcifer usam calças colantes e uniformezinho ridículo.
Acredito que os mais religiosos dos meus leitores ficariam chocados e até mesmo ofendidos ao ver tal situação, certo?

Então...
Chocante é não se sentir chocado com o que fazemos...
Vocês acabaram de conceber o sentimento que algum morador das regiões geladas do norte da Europa e da Ásia, ainda seguidor das antigas tradições vikings, teria ao visitar algum país capitalista ocidental e ver THOR em cartaz. Sei que imediatamente virão as críticas de algum de vocês, considerando a comparação radical. Afinal, é inconcebível para maioria até mesmo eu usar este exemplo. Mas, caro cristão, use um pouco do seu cristianismo e coloque-se no lugar do outro por um instante: Se um cristão poderia se ofender ao ver Jesus de calça colante, porque um herdeiro dos vikings não se ofenderia ao ver um Thor todo descaracterizado e ridicularizado? A imagem ao lado é para reforçar o sentimento.

Mas o homem ocidental não tem o menor pudor ao transformar deuses e valores de povos que não sejam o americano cristão e seus imitadores em produtos para entretenimento. Não há o menor respeito nem pelas religiões, nem pelas tradições. O budista é quase sempre visto como um idiota zen, o islamita quase sempre visto como um terrorista fanático, os africanos são tidos como "macumbeiros", os rastafari são tidos como maconheiros escutadores de reggae. Isso só para citar pouco. Não existe o menor respeito a nada. Transformar Thor, Ororo, Ravena, Lóki, Odin, etc, em heróis humanizados é até pouco, comparado com a total negligência com a cultura alheia.

O deus maior dos capitalistas é o dinheiro. O homem capitalista só não transformou Jesus em um herói com calça colante porque consegue ganhar mais dinheiro com sua imagem divinizada, em igrejas caça-níqueis. Só por isso e mais nada. E não estou falando apenas de igrejas evangélicas. A venda de ítens religiosos, de crucifixos a adesivos, é o motor de uma indústria milionária. No dia em que isso não der mais dinheiro (se este dia chegar), é assim que Jesus pode aparecer por aí:
A transformação...

Para o alto e avante...
Muita gente diz e pensa que a violação da cultura de povos dominados aconteceu antigamente. Discordo. O violentar das culturas diferentes está acontecendo, de fato, agora. Comparado com o que estamos fazendo hoje, a época das cruzadas foi apenas uma "passada de mão na bunda". O estupro está acontecendo é agora, com a mídia desregrada que temos.

A maioria das crianças brasileiras e americanas acredita que todos os povos do mundo são cristãos e capitalistas, exceto aqueles" homens barbudos de túnicas brancas", que moram no deserto e amarram bombas ao próprio corpo ou jogam aviões em prédios para matar gente boa. É inconcebível para a maioria das crianças (e dos velhos) do Brasil e dos States que esquimós, índios, africanos, etc e etc nem saibam quem foi Jesus, nem conheçam o refrescante sabor de uma Coca-Cola, nunca tenham ouvido o grande sucesso do Justin Bieber e tampouco salivem ao ver a logo do McDonald's.

É difícil, caro colega capitalista ocidental, mas aprenda esta verdade: O Planeta Terra tem mais de 6 bilhões de humanos. Destes, APENAS pouco mais de 2 milhões são cristãos. E ainda são subdivididos em várias "religiões cristãs" e vivem se combatendo.

Você não vê por aí budistas ou umbandistas ou confucionistas divididos entre si. Também não ouve falar de hindus mandando para a fogueira quem não crê em seus "deuses de amor e bondade".

Religião sempre foi uma grande desculpa para o homem combater seus semelhantes.
É hora de acordarmos para a realidade e dar fim a esta arrogância de pensar que todo o planeta pensa e age como nós. Se este mundo tem salvação e ainda não caiu em uma terrível grande guerra ou em uma situação social pior do que a vivida na Europa na primeira metade da Idade Média, é porque a maioria da população é tolerante e VIVE religiões que apregoam a paz, a reflexão, o amor universal e as virtudes.

Sim, caro homem ocidental, é isso mesmo: Se ainda há paz neste mundo é porque os ELES (a maioria) são tolerantes com VOCÊ e COMIGO. Se dependesse de nosso estilo de vida, onde temos religião apenas para pedir socorro diante dos problemas e para fingir para os outros que somos bons, quando, na verdade, nossos pensamentos e sentimentos são totalmente condenáveis, o mundo já estaria em caos.

Meus caros, chega de preconceitos religiosos, raciais, etc. Você, caro homem ocidental, fala mal de tudo o que você desconhece. Sabe por quê? Porque você tem medo. Você foi treinado, adestrado e condicionado, desde o berço, a ter vergonha de assumir que desconhece algum assunto e TEMER do que desconhece, e, pra piorar, para sentir-se bem consigo mesmo, você foi treinado a ODIAR aquilo que desconhece. Então, como seu ódio sozinho não basta para destruir ou moldar estas coisas, você fala mal, você se encobre de preconceitos e detona, com sua língua ferina, tudo aquilo que você adoraria conhecer mas não pode ou não consegue.

O ópio do povo, a arma dos homens atrás da cortina.
TEMER e ODIAR é a arma do homem ocidental moderno. Com essa prática, nós temos destruído tudo o que um ser superior, de inteligência e amor infinitos pode ter feito. Não somos amigos da sabedoria, nem da tolerância, nem da compaixão. Estamos acostumados a proibir e sermos proibidos. Liberdade só existe em nosso vocabulário na hora de fazer poesias, músicas no estilo "We Are the World" ou discursos políticos. Não sabemos conviver nem com a nossa própria liberdade, o que dizer da liberdade alheia? Ela nos incomoda, e muito.
Guerra Santa Versão Ultimate
Chega de temer e odiar. Há coisas que são para nós e nós para elas. Outras não são. Se você acredita em Jesus, porque ridicularizar e desrespeitar Odin, Buda, Oxalá, Tupã, Quetzocoatl, Vishnu, etc? Se você acha ridículo um índio adorar o Sol e a Lua, ou um japonês colocar arroz para um antepassado, pense que eles também podem achar ridículo acreditarmos em um deus invisível e cheio de desvios de personalidade, como ciúmes e vingança.

Deuses, se são muitos, se é um só, não importam. O mais importante é convivermos bem e em paz, cada um em seu caminho. O que realmente vale é ter nossos princípios religiosos como princípios de tudo aquilo que há de sublime.
O Destemido Monarca Que Anda
Ser cristão não é ficar ofendidinho ao ver as imagens de Jesus neste bLog ou brigar com quem não é cristão e ficar berrando "queima ele, Jesus". Isso é muito fácil e é até mesmo ridículo. Isso é mostrar que você é um desequilibrado. Quero ver alguém ser cristão na hora de preferir oferecer a outra face a iniciar uma contenda. Quero ver alguém ser cristão na hora de amar D'us acima de tudo e o próximo como a si mesmo. E aí, senhores cristãos? Que tal? Quer ficar ofendidinho? Fique com as igrejas que patrocinam guerras usando o nome de sua divindade favorita.

Sabem aquelas religiões que vocês acham ridículas? Pois é... o pessoal que acredita nelas, que você chama de bobo ou louco, VIVE cada um dos princípios. E nós, ocidentais, não somos capazes de viver nem o mais importante e básico dos princípios.

TOLERÂNCIA com a DIFERENÇA é a maior prova de amar o próximo como a si mesmo, sabia? Pois você é muito tolerante, tenho certeza, com cada um dos seus muitos defeitos, senão já teria se matado. Será que você, grande homem, grande mulher, é capaz de ser tolerante com a diferença (que você chama de defeito) do seu próximo?

Lembre-se, homem ocidental, capitalista e cristão, de que nós somos MINORIA. Graças a D'us! A maioria das pessoas do mundo é formada por pessoas que acham ridículas e burras todas as nossas práticas comerciais e sociais, a nossa religião e até nossas roupas. Ainda bem que eles são TOLERANTES com nossa burrice. Ainda bem, mesmo! Porque se eles pensassem como nós, já estaríamos aniquilados.

Já escrevi demais. Fiquem em paz! Coexistam!


P.S.: Antes que me chamem de anticristão, ou qualquer outra coisa do tipo, gostaria de esclarecer que não tenho nenhuma religião, e ao mesmo tempo acredito em todas. Tenho um pé inteiro dentro do judaísmo, amo o cristianismo (apesar de ter medo dos cristãos) e sou fascinado pela religiosidade oriental. E sou partidário de que a síntese de todas as religiões humanas ainda seria incapaz de chegar aos pés do que é uma convivência pessoal com o que cada um chama de seu "D'us". Tenho o maior respeito por todas as religiões do mundo, inclusive a sua. É pela convivência pacífica entre todas elas que escrevo. É pelo fim do desrespeito das culturas alheias. É pelo fim da arrogância do homem ocidental capitalista e cristão.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Um Pouco de Música

Olá, meus caros!

Depois de alguns dias sem postar, penso ser oportuno dividir com vocês um pouco de música.

Hoje estou disponibilizando para download o disco da extinta Camerata.

A Camerata Capela Nova, ou simplesmente CAMERATA, foi um dos grupos mais interessantes que o município de Betim já teve. Foi muito bom ter trabalhado com tanta gente bacana, em um trabalho tão especial. É uma lembrança e uma honra que vou carregar pelo resto da vida, pois marcamos, à nossa maneira, o desenvolvimento da cultura betinense.

Esse pequeno grupo, com sua curta história, deixa como lembrança alguns vídeos na internet e um disco, que tive o orgulho de produzir.

Aqui está o link para o download. Depois disponibilizo a arte gráfica. Quem quiser, é só pedir por e-Mail (reinaldo@subrosa.com.br):


Gravamos este disco pela Lei de Incentivo à Cultura de Betim, com participação de uns músicos super especiais, como os grandiosos Celso Moretti e Paulinho Ferreira, em suas respectivas músicas "Buneco da América" e "Planeta Minas". Paulinho também participou de "Caminhos de Minas", que é uma variação de Trenzinho Caipira, O Fortuna e Baião Barroco, ao lado de Thiago Barrez, meu ídolo da guitarra. Barrez também abrilhantou na guitarra em "Buneco da América", e eu tive o privilégio de enriquecer meu currículo tocando guitarra em uma música onde Paulinho e Barrez também tocam (Caminhos de Minas)... hehehehe! Deu vergonha, mas posso esnobar um monte de guitarristas agora. Afinal, toquei com os mestres.

Também tocaram neste disco a banda Sub Rosa (minha banda), na nossa música "Enslavement of Beauty", e a Bárbara também tocou percussão em "Abertura para o Sol" e "Planeta Minas", enquanto Ramon Braga tocou bateria na maioria das músicas. Tive outro privilégio, que foi co-produzir com o Rodrigo Lourenço (Ratão) a música "Planeta Minas". Ratão acabou gravando algumas percussões de efeito nesta música. E nunca vou esquecer da captação da chuva e da enxurrada.

No meio de tanta gente maravilhosa, músicos tão bons, foi uma pena o grupo ter se desfeito durante a gravação. O disco poderia ter sido muito melhor.

Camerata antiga, com a Solange (de laranja).
Na Camerata, músicos iam e vinham, mas houve um grupo que ficou firme por mais tempo. São estes: O Marco Aurélio, que além de ser um grande músico é um ser humano de qualidades raras. Era ele quem coordenava nossos trabalhos musicais. Daniel Leão, com seu jeitão inconfundível e uma musicalidade impressionante. Douglas Barros, que apesar de andar com a galera Emo no Betim Shopping, solava Vivaldi. A sempre séria Jussara, com seu ouvido atento e suas execuções perfeitas. A Fabrícia, sempre brincalhona e agradável. Abraão... esse menino vai muito longe com seu inseparável violoncelo... Diego Fonseca, o "dragão de Comodo", com sua língua afiada para criticar as nossas roupas e cabelos... Grande artista! Aliás, todos são grandes artistas. Todos... Inclusive o Deco, que foi mais Camerata do que muitos dos integrantes fixos...
Por falar em pessoas que ajudaram demais, não podemos esquecer a Fabiana Martini, o Tcharles Avner, a Tia Nádia... Como eram bons nossos momentos na Casa da Cultura...
Douglas, Abraão, Jussara, Diego, Marco, Fabrícia, Daniel, Reinaldo

Nossas "caracterizações"...
Além destes, que foram meus companheiros por mais tempo, outros passaram deixando sua indelével marca: Bárbara, no teclado; Diego Silva no cello, Felipe no violino, Daniel Canelli no violino, Vítor na percussão, Aurélia no violino, Frank no cello, Zezé Batera, o finado Saad na bateria e percussão, Daniel Laranjeira, que só fez uma apresentação... e outros que passaram antes de eu entrar para o grupo.

Uma de nossas melhores apresentações...
Lembro-me de alguns momentos super divertidos, como quando fomos tocar na inauguração das luzes de Natal em BH, e voltamos cantarolando melodias com a palavra "sapo". Lembrando que, no dia, tocamos debaixo de uma chuva filha da mãe, com um coral da terceira idade.

Houve uma viagem para São Lourenço em que o Felipe, eu e mais uns doidos achamos um joguinho infantil da Estrela no hotel e viramos a noite jogando.

Em outra feita, em viagem para Lorena/SP, todo mundo na piscina do hotel e o Diego estudando cello perto da gente.

E quem vai esquecer da famigerada viagem em que o pessoal do coral queria brigar conosco porque passamos a acrescentar o verso "bom Jesus" em qualquer música?
Jussara, Douglas, Diego, Daniel, Marco, Abraão, Reinaldo e Fabrícia

É, Camerata... um grupo assim pode nunca mais surgir. O grupo teve de tudo. De apoio do poder público a reconhecimento internacional. Coisas que só acabam porque somos humanos e imperfeitos.

Saudades...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Traduções de Letras de Música - Parte 001: Imagine - John Lennon


Sempre tive certa birra (às vezes, gastura) ao ver músicas mal traduzidas.
Letristas maravilhosos tendo seus trabalhos totalmente deturpados ao ser traduzidos por pessoas que ou não dominam suficientemente o idioma de origem da música ou os temas tratados.

Essa minha birra não nasceu com a internet. Ela começou muitos anos antes, com revistas sobre bandas e letras traduzidas. Sim, crianças, revistas. Talvez vocês nem conheçam tal meio de comunicação, mas ele era muito bom e eficaz. Para saber as notícias sobre seus artistas preferidos, como shows, lançamentos, etc, esperávamos ansiosamente a saída da Bizz, ou da Roadie Crew, ou da Rock Brigade, ou de outras do tipo (quando passei a dispor de recursos, passei a comprar Rolling Stone, Circus Magazine, Kerrang, etc...) . Juntávamos nossas suadas merrecas e comprávamos. Recomendo! As informações são mais confiáveis do que as da internet, sempre!

Sempre gostei das matérias, das fotos, de tudo. Menos de uma coisa: Traduções.

A partir do momento que comecei a ter uma noção básica de inglês já foi o suficiente para ver que pagávamos para ler idiotices.

Um belo dia, em 1990, ao ler uma tradução de Learning to Fly, do Pink Floyd, pensei:

- Nossa! Que coisa horrível! David Gilmour não é um idiota para escrever algo tão ruim.

E lá fui eu pesquisar para tentar entender o que realmente ele havia escrito. Após muito dicionário, manuais de aviação (na época eu nem dirigia carro... como ia eu saber o que era uma mistura rica de combustível?), história da banda, biografia do David Gilmour, noções de medidas, etc (e na época, era pesquisa em bibliotecas, revistas emprestadas ou compradas... não tinha a moleza de internet, não), descobri que o idiota era o cara que acreditava que aquela tradução da revista estava correta. Depois disso, resolvi nunca mais precisar de tradutor. Opção que tenho honrado até hoje.

Hoje em dia, pra piorar, temos a internet. Ou inFernet, como diz o Chico Bento e eu concordo.

Com o advento desta rede de comunicação era para tudo ficar mais fácil. As informações seriam melhores e mais rápidas. Infelizmente, o foco ficou apenas no quesito velocidade e a qualidade das informações tornou-se ainda pior. Prova disso é o analfabetismo de nossos jovens. Sob o pretexto do que chamam de "linguagem de internet", escrevem tudo errado. Ainda farei uma postagem só sobre isso. Abomino "Miguxês", "Fofuxês", "Internetês", "Legiotês" e qualquer variação de escrita errada de qualquer tribo, principalmente de tribos virtuais.

Voltando ao tema...

Chegamos à Era da Informação! Tcharaaaaaaam!!!!

Era da Informação ERRADA, é o que eu digo!

Não bastassem as informações mentirosas, equivocadas e burras que encontramos na rede (vide Wikipédia e semelhantes), onde tantos buscam informações para trabalhos escolares e "enriquecimento" de cultura pessoal, quando vamos procurar traduções de músicas (que deveriam ser mais fáceis de traduzir/interpretar, com tanta informação disponível), encontramos coisas ainda piores do que as da época das revistas.

Cansado de tanta tradução errada, resolvi postar aqui no bLog as traduções de algumas músicas das quais gosto muito, e que são campeãs de traduções erradas na rede.

Vou começar por IMAGINE, do Mestre John Lennon, tão incompreendido até pelos próprios fãs.

IMAGINE é uma letra de profundidade quase impossível de mensurar. Acreditem quando ele fala que é para IMAGINAR. Ele não está pedindo ninguém para fazer nada além de IMAGINAR, porque ele sabe que IMAGINAR basta.

Nem vou entrar no mérito da beleza singela da música que serve de cama para a letra, pois eu poderia ficar empolgado.

Além da letra com a respectiva tradução abaixo, inseri uma legenda no vídeo original da música.

Espero que gostem e divulguem para seus amigos.

Vocês podem, também, fazer pedidos de traduções. Terei o maior prazer de atender, na medida do possível e da prudência (não venham me pedir tradução do Justin Bieber, pelo amor de D'us!).

JOHN LENNON - IMAGINE
(letra original)

Imagine there's no heaven
It's easy, if you try
No hell below us
Above us, only sky
Imagine all the people
Living for today

Imagine there's no countries*
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion, too
Imagine all the people
Living life in peace

You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will be as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world

You may say I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one

JOHN LENNON - IMAGINE
(tradução)

Imagine que não existe nenhum paraíso
É fácil, se você tentar
Nenhum inferno debaixo de nós
Acima de nós, apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo pelo dia de hoje...

Imagine que não existe nenhum país*
Não é difícil fazer isso
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião, também.
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Você pode dizer que sou um sonhador
Mas não sou o único
Espero que algum dia você se junte a nós
E o mundo seja como uma unidade.

Imagine que não existe nenhuma propriedade
Me pergunto se você consegue
Nenhuma necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade do homem

Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo.
Você pode dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único.
Espero que algum dia você se junte a nós
E o mundo viva como uma unidade.

*O verso "Imagine there's no countries" também poderia ter sido traduzido como "Imagine que não existem países". É possível optar por concordar com o verbo ("there is" - singular) ou com o substantivo ("countries" - plural). Se alguém quiser aprofundar o assunto, vamos tratar disso nos comentários para não aumentar ainda mais a postagem.

A PROPÓSITO: Sintam-se livres para usar minhas traduções. Mas, se não for pedir demais, citem o autor do trabalho. É o mínimo que alguém honrado pode fazer, né? Copiar trabalhos alheios é feio.

sábado, 30 de abril de 2011

Campanha: Pela Volta do Fio de Barba como Fiador da Palavra Empenhada!!!

Eu juro que tento, mas não consigo mais entender este mundinho no qual vivemos.
Vou evitar citar nomes e pessoas ao máximo, mas preciso apresentar uma história real e recente (aconteceu há alguns minutos) para ilustrar minha campanha.

Havia um compromisso meu e de um grupo de amigos/profissionais para participarmos de um evento hoje (30 de abril). No entanto, após uma desastrosa posição tomada pelo GRUPO no dia 21, quase dez dias antes, sobrou para mim cancelar a nossa participação.

Tentei falar com o responsável pelo evento por telefone, várias vezes, sem sucesso. Chamava até cair, todas as vezes. Apelei para o e-Mail (mandei para os cinco contatos do cara) e, em seguida, comuniquei com o camarada que marcou nossa presença do evento. Para mim, estava tudo resolvido.

No entanto, meu instinto gritava que cancelar nossa participação daria em grandes prejuízos. Eu conheço o organizador do evento desde 2001 e sabia que isso não daria certo. O cara não é normal...

Enfim, lá foi Reinaldo representar a vontade alheia, porque já estava de saco cheio de conflitos desnecessários. Mesmo sabendo que evitar este conflito poderia trazer outros maiores. Sabe quando você já está anestesiado de tanto problema? Então...

Quando meu instinto grita, é fatal. Não é que o camarada, organizador do evento, mesmo tendo recebido a comunicação por todos os meios possíveis (disponibilizados por ele próprio), vem me ligar, em cima da hora, cobrando a presença do meu grupo?

Ah, velho... Isso irrita. E nem só por ele. Irrita por tudo. Irrita porque ele sabia que não iríamos. Irrita porque aqueles que acharam mais prudente desmarcar são os primeiros a me julgar (tenho certeza) e acreditar no teatrinho do outro. Irrita porque o cara tem meu telefone há mais de um ano (já me ligou nele várias vezes) e veio com treta de ligar para um cara que não tem nada a ver com o assunto, só pra botar pilha contra mim, querendo fazer inferninhos em minha vida. Irrita porque ele, se realmente não soubesse, ligaria para quem marcou o evento. Irrita porque, de fato, nós só não fomos ao compromisso porque o grupo assim escolheu, e eu sozinho pago o pacto.

Querem saber? Tenho na minha caixa de saída todos os e-Mails que enviei para o cara desmarcando a presença. Um deles, respondido pelo camarada, de forma impessoal e evasiva. Mas no fim das contas, esse tipo de atitude me faz ter muitas saudades do tempo em que uma palavra empenhada valia mais do que cem mil contratos. Um fio de barba no rosto de um homem valia mais do que uma multidão de avalistas.

Sinto extremas saudades de quando os homens eram corretos e não tentavam empurrar para outros as suas responsabilidades e competências.

No fim de tudo, sabe como fica essa situação? O filho da mãe, mesmo sabendo quase dez dias antes que não compareceríamos, vai ficar como se realmente não soubesse de nada, e nós é que somos os não-confiáveis, os tratantes. Se o conheço bem, ele vai tentar queimar nosso filme, mas nunca admitirá que foi ele quem fez uma propaganda equivocada da nossa presença, mesmo sabendo que não iríamos. As pessoas que me incentivaram a desmarcar, apesar de termos condições mínimas, mas ainda assim condições, de honrar nosso compromisso, estão sendo as primeiras a ir na onda do cara e questionar a minha palavra e a minha honra. E eu é que tenho que correr atrás do vento, para ficar dando justificativas.

Querem saber, caros leitores? Fazer as coisas direito sempre vale a pena, mas nunca confiem que as outras pessoas pensam como vocês.

A maioria das pessoas é honesta, ordeira, de bem. Mas sempre existe aquele filho da mãe, maluco, enganador, que faz com que percamos a fé na humanidade. A natureza humana já não presta. Isso faz com que os bons sejam ainda mais louváveis, pois travam uma batalha árdua contra si mesmos para fazer o bem.

Quando o camarada teve a cara de pau de ligar para um outro que nada tinha com o assunto, pediu meu telefone (que já tinha) e me ligou, falando comigo (que comuniquei e tenho provas) que ele não foi comunicado, fiquei amarelo. Amarelo ao perceber que ele estava fazendo um papel para livrar o dele da reta, ante um grupo de pessoas que por nós aguardava, porque ele divulgou que iríamos, sabendo que não iríamos.

Fica aqui a campanha: Que o fio de barba do rosto de um homem volte a valer como antes. E que as pessoas julguem baseadas naquilo que somos com elas e não naquilo que notórios maldosos dizem de nós. A inconstância é destruidora da Luz, tanto quanto a mentira.

Acordos foram feitos para serem honrados... Independentemente de quantos interesses estes contrariem.

E fica aí uma dica de bigode para quem não tem... Barba na cara causava tanto orgulho e valorizava tanto a honra de quem tinha, que influenciava também as mulheres. Incrível, né? Fica aí então a dica: Deixem a barba e o bigode crescerem. Trinta anos atrás, isso inspirava molecotes de calças curtas a tornarem-se homens.

domingo, 24 de abril de 2011

Humanos Odeiam Virtudes. Parte 1: Na Teoria, Todo Mundo Prefere Pessoas Sinceras. Na Prática, Todos Amam os Hipócritas.

É verdade.

Quer ter amigos e influenciar pessoas? Seja hipócrita, mentiroso, arrogante, superficial, não dê a mínima para as pessoas e faça sempre pose de bacana e divertido no seu Facebook.

Quer ser solitário, chamado de chato e evitado pelas pessoas? Diga a verdade, expresse o que pensa, seja humilde, tente conversar sobre coisas realmente importantes, preocupe-se com o bem-estar dos outros e não viva em função de redes sociais.

Duvida? Ainda acredita que as pessoas gostam de virtudes?

Vamos ao laboratório...

Sabe aquela pessoa super legal, que é super popular e que todo mundo adora no Orkut e no Facebook? Aquela pessoa que vive "limpando" e "lotando" novamente a lista do MSN? Aquela criatura que nunca sai sozinha, porque tem sempre um monte de gente louca pra fazer companhia? Então... Achamos nosso rato de laboratório.

Procure as virtudes desta pessoa. Encontrou?

Duvido!

Você vai dizer: Fulano é legal! Faz coisas legais! Blá-blá-blá, blá-blá-blá! Pois bem. Isso tudo se resume a: Essa pessoa se diverte. E isso não é virtude.

Esta pessoa já telefonou pra você, pra saber se você está bem? Duvido!

Se ligasse e você estivesse mal, esta pessoa buscaria solução para o seu problema ou simplesmente ficaria dizendo "é foda, véi..." para logo depois desligar e ir buscar alguém com alto astral para se divertir? Opção 2,  é óbvio!

Essa pessoa vive lotando Orkut e Facebook com anúncios e fotos de suas aventuras super divertidas? Claro! Quem se apega a redes sociais como auto-promoção, geralmente é vazio por dentro. Gente vazia por dentro é sempre "bacana", pois faz muita merda na vida e se passa pelo "super fodão".

Essa pessoa vive esbanjando dinheiro (que talvez nem tenha) ou é daqueles que ralam e se viram para pagar suas contas? Opção 1, provavelmente. Gente que rala para conquistar seus objetivos não tem muita oportunidade de ficar nas baladas ou viajando pra tudo o que é canto. Muitas vezes não tem nem uma máquina digital para registrar tudo e soltar na internet.

Enfim, é isso aí. Não vou exemplificar demais.

Observe seu comportamento e depois responda para si mesmo:

As pessoas que lhe procuram são aquelas que realmente lhe interessam? Duvido! Você vive sonhando em ser melhor amigo(a) daqueles que não dão a mínima para você. Estou errado?

Quando alguém lhe trata com carinho, respeito, admiração, o que acontece? Você começa a evitar essa pessoa, acha que ela é chata demais. Quer ficar livre dela, certo?

Quando alguém não dá a mínima pra você, o que acontece? Você faz de tudo para ser aceito(a) por esta pessoa. Mente para os outros, dizendo que esta pessoa é super amiga sua. Bingo?

E sabe o que acontece quando você finalmente se livra daquela pessoa chata? Você fica sem ninguém, porque a pessoa "super foda", se deixar você se aproximar, vai sugar tudo o que você tem de bom e depois lhe deixar na merda. Aí você vai escutar "Don't Know What You've Got 'Til It's Gone" do Cinderella e chorar.

Depois de tudo isso, tenho apenas que comentar:

Caraca, as pessoas são incríveis! Vivem dizendo: "Odeio hipocrisia!" Mas quando conversam com alguém sincero, afastam-se desta pessoa e correm para o grupinho hipócrita mais próximo, para ter seu ego massageado em meio a montes de palavras fúteis, risadas e tratamentos superficiais. Mesmo sabendo que aquilo tudo é um teatro interativo (onde cada um interpreta seu papelzinho para o outro), as pessoas preferem estar ali do que próximas de quem é sincero. Pra piorar, as frases que mais ouvimos no meio de gente hipócrita, rasa e vazia é "odeio hipocrisia" e a clássica "é foda". Gente mesquinha, que só pensa no próprio umbigo e em promoção pessoal...

Parem o mundo que eu quero descer...

Sabe onde encontramos gente de verdade, que realmente odeia a hipocrisia? Nas camadas mais humildes, nas roças, nos bairros pobres... Entre essas pessoas, que vivem o momento presente, que se vestem de forma a agasalhar seus corpos de forma confortável e simples, que falam de modo a se fazerem entender, que buscam informações úteis para seu cotidiano, você pode ser você mesmo, falar o que pensa, elogiar e criticar sem medo.

Pessoas "modernas", "descoladas" não toleram a realidade. Vivem buscando referências na idade média ou no futuro, vestem-se de forma a beneficiar a estética (muitas vezes, de péssimo gosto), independentemente de praticidade, utilidade ou conforto, buscam falar numa linguagem modernosa, cheia de gírias, e buscam informações, mesmo inúteis para suas vidas práticas, desde que sejam úteis para suas rodinhas de conversa, pois nenhum assunto espontâneo acontece.

Concluindo: Pai, afasta de mim o cálice de conviver com pessoas que "odeiam a hipocrisia". Dai-me a bênção de conviver com pessoas que sequer sabem o significado dessa difícil palavra.

P.S.: Quero tudo ao natural. Por favor, não me mande para uma roça cheia de neo-hippies viciados que vão para a roça fumar maconha, fingir de simples, falar muito "é foda" e "odeio hipocrisia" e depois voltam para a cidade, pois não suportam ficar num lugar onde "não tem nada". Blargh!

Livrai-me disso...
... e disso!
P.S.2: Botem esse povo pra bater enxada e cuidar de animais pra ver o tanto que eles gostam de natureza...