segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

HABEMUS PACEM (Nota para o Papa Bento XVI)

HABEMUS PACEM!

Meu bilhetinho para Benedictus PP. XVI (Papa Bento XVI):

Joseph Alois Ratzinger (Benedictus PP. XVI)


Benedictus PP. XVI, que você vá em paz e que seu sucessor saiba que D'us é maior do que a igreja, e que sem Amor não adianta falar em D'us.
Que a intolerância seja finalmente banida da ICAR, seja filosófica, sexual, racial, organizacional.
Que as portas do Conhecimento sejam abertas a quem por ele procura. Quem não tem merecimento, normalmente já não quer saber de conhecimento, mesmo.
Que as artes da ICAR tornem-se disponíveis a toda a humanidade que souber respeitá-las.
Que o caminho de pacificação e de humildade iniciado, mesmo que de forma tímida, pelo seu antecessor, Ioannes Paulus PP. II, seja retomado, em detrimento a tanto fechamento patrocinado por seu curto, porém marcante, comando.


Karol Józef Wojtyla (Ioannes Paulus PP. II)


Que a ICAR erga-se em Glória, porém que esta Glória esteja alicerçada pela Humildade, pela Caridade e pelo Amor Incondicional.
Que a ICAR compreenda que é uma potência econômica e política quase incomparável, mas que em matéria de religião institucionalizada, em nada é maior ou menor do que qualquer grupo de 3 pessoas que se unem para estudar qualquer palavra de qualquer forma, nome e predicados que para elas sejam a manifestação compreensível e sensível de D'us.
Saia em paz do seu cargo!
E que D'us permita que o próximo conclave seja mais divino do que político.


Chaminé do fogão da Capela Cistina

A humanidade já sofreu demais pelo resultado que sai daquela chaminé...

domingo, 22 de abril de 2012

BASTA DE DIA DO BASTA!

Bom dia!


Pois bem, ontem teve o Dia do Basta onde vários brasileiros foram para as ruas "protestar" (leia-se que o protesto era baseado em encher a cara, pular, balançar a bunda e gritar, em uma espécie de carnaval temático, na maioria dos casos funcionando como marionetes com os fios puxados por políticos corruptos que estão de fora do trem da pepineira e querem voltar, com os votos dos carnavalescos protestadores) contra o corrupção. 





O lema era "se não parar a roubalheira, paramos o Brasil". Pois bem, todos sabemos que na segunda-feira a corrupção e a roubalheira vão continuar como sempre, com os políticos safados rindo da cara do povo (o povo que luta para sobreviver, com um salário mínimo sustentando filhos, casa, pagando contas, sem tempo e nem disposição para fazer carnaval temporão, com cervejada, otras cositas mas e motel no final). Será que os bravos protestadores vão parar o Brasil? Será que vão deixar de ir trabalhar, vão fechar seus estabelecimentos comerciais, escritórios, cartórios, serviços públicos, etc? 

Pra mim, não passou de um pretexto para fazer festa. Pra mim, o político corrupto é apenas um legítimo representante da maioria dos seus eleitores. Triste, mas é verdade. E espero que amanhã, segunda-feira, os carnavalescos protestadores me surpreendam e realmente parem o Brasil, porque a corrupção nem sequer foi abalada pelo fato de vocês terem feito um carnaval, regado a música alta, álcool, drogas, sacolejo de bunda e discursos inflamados no meio tempo. A ação passa a valer AMANHÃ. Vamos ver se realmente vocês querem o fim da corrupção ou se só queriam um bom programa para o sábado... Vamos ver se realmente foi o "Dia do Basta" ou mais um "Dia de Bosta"... 
ACORDA BRASIL! O verdadeiro Dia do Basta se faz é nas urnas, após uma reflexão profunda e com muita sabedoria, analisando candidato por candidato, independente de se é de tal partido ou se é simpático, se deu isso ou aquilo (compra de voto) ou se é seu amigo. É nas urnas que vocês mostrarão se estão ou não estão de fato comprometidos em mudar a situação caótica que assola todo o nosso país e nos torna uma das piores nações do mundo, com um povo em quem ninguém confia. 
Enquanto fazemos piada sobre portugueses burros, turcos gananciosos, judeus avarentos, lá fora fazem piadinha sobre brasileiros LADRÕES. Acho que saímos perdendo nessa. 
Acorda, povo brasileiro! Cada um precisa mudar as próprias atitudes, parar com esse perfilzinho atrasado que nosso homem médio tem, de desrespeitar leis todos os dias, de achar que ser bacana é desrespeitar leis quando lhes interessa e clamar por leis quando é abordado pela polícia. Que incoerência é essa? 
Oras... O verdadeiro Dia do Basta deveria começar por resolver o problema claramente colocado nessa imagem. 


Será que você consegue, protestante carnavalesco? Pois os índices de gente que saiu dirigindo mamado do Dia do Basta foi bem grandinho. Eu é que digo: BASTA! Chega de ações inócuas! Partam para a ação real. 
Quero ver é vocês parando o Brasil amanhã, senão, infelizmente, o movimento de vocês foi um belo carnaval de vagabundos, de bostas!


Sem paciência para gente que arruma desculpas para farra, principalmente usando assunto sério.

domingo, 8 de abril de 2012

Traduções de Letras de Música - Parte 003: Easter - Marillion

PSCH
Marillion - Easter (legendas em português)



Páscoa!


Que belo domingo, não?!

Renovação! Passagem! Morte tornando-se VIDA!
ou
Fertilidade! Boas colheitas! Boas crias dos animais!

Seja lá o que for, cristão ou pagão, que lindo é esse momento do ano, onde estamos celebrando a VIDA! Nos amando e sendo felizes!

Ops! Não... espere um pouco. Ainda não viramos para a Era de Ouro... Ainda somos "humanos ridículos e limitados", que entopem as grandes redes de loja para comprar um monte de chocolate, preferencialmente em forma de ovos, fazendo girar a grande roda do Capitalismo. Ainda agimos sem pensar, consumindo aquilo que nos mandam, e pronto.

Mas deixemos isso para algum outro momento. A hora agora é para outra coisa.

Easter é uma linda música, com um instrumental econômico e muito justo, desde a linda introdução com o violão de doze cordas até o arranjo de vozes no final. Ela foi lançada no álbum Season's End, de 1989 (quinto álbum de estúdio da banda, sendo o primeiro com Steve Hogarth no vocal, substituindo o ex-vocalista Derek Willian Dick, mais conhecido como "Fish"). Logo, tornou-se queridinha da mídia e do público e foi lançada em Single.

Capa do single "Easter"


A princípio, uma linda música sobre a Páscoa, quase um hino de amor à Irlanda, Easter vai um pouco mais além (sem deixar de ser nada do que citei). Inspirada no poema "Easter 1916" (Páscoa de 1916) de Willian Butler Yeats, a letra dessa música (tanto quanto o poema de Yeats) fala sobre a "Easter Rising", uma insurreição irlandesa contra o domínio britânico, ocorrida em Dublin em 24(?) de abril de 1916.

William Butler Yeats (1865-1939)

A letra:
Páscoa - Marillion
Um fantasma de neblina estava sobre o campo
O Cinza e o Verde juntos
O barulho de uma colheitadeira distante
vinha como se saído da primeira luz do dia

Um colar esfarrapado de árvores da borda da mata
no lado sul da colina
disfarça o lugar onde passa a fronteira
onde o filho de Mary Dunoon caiu

Páscoa, eis novamente
um momento para o cego enxergar
Páscoa, certamente agora
todos os seus corações podem ser livres

Saindo do porto de Liverpool
rumo ao norte da Irlanda
a ressaca do borrifar e ondas em rabo cavalo
o rolar do mar abaixo

E eis a Páscoa aqui novamente!
Um momento para o cego enxergar
Páscoa, certamente agora
todos os seus corações podem ser livres

O que é que você vai fazer?
Transformar seu coração em pedra?
Você vai consertar as coisas
quando as tiver separado?
Você vai dormir à noite com a Charrua e as Estrelas acesas?

Ei, o que é que você vai fazer
com o gatilho e a arma?
Será que isso vai consertar as coisas
quando tudo já estiver dito e feito?
Você dormirá à noite?
Há tanto amor assim para esconder?

Perdoe, esqueça
Cante "Nunca Novamente"

Desta feita, não vou separar versos específicos com asterisco para identificar o que vou comentar.
Há muita coisa legal nessa letra, desde a citação de "O Cinza e o Verde juntos" (que pode ser uma citação desde as cores da neblina e do campo, respectivamente, quanto dos grupos opostos da Irlanda, sendo os católicos a parte "Verde" da história), passando pela "Charrua e as Estrelas acessas"  - uma referência sócio-política mais do que óbvia à "Starry Plough" (Charrua Estrelada), que foi a bandeira do ICA ("Irish Citizen Army" = "Exército do Cidadão Irlandês"), uma organização paramilitar criada em 1913 com a finalidade de proteger os trabalhadores irlandeses. A bandeira oficial foi capturada pelo exército britânico durante a Easter Rising em 1916 e só foi devolvida à Irlanda em 1966. Uma charrua é uma espécie de arado, que aparece várias vezes no vídeo-clipe.

Esta é a foto da Starry Plough (Charrua Estrelada), bandeira do ICA, à qual a letra faz referência. ("Você vai dormir à noite com a Charrua e as Estrelas acesas?")

A escolha da charrua como símbolo veio devido ao assassinato de dois trabalhadores que faziam greve. O esforço que o homem faz ao trabalhar com a charrua é muito grande, então, em lembrança desse sacrifício dos trabalhadores, ela foi escolhida para brilhar entre as sete estrelas nesse estandarte.

Poderia falar muito aqui sobre questões idiomáticas e sobre o motivo de ter optado por traduções meio simplórias de versos como "a tattered necklace of hedge end trees", ou "the wash of the spray and horsetail waves", mas acho mais interessante falar sobre questões como Mary Dunoon.

Mary Dunoon é qualquer mulher que possa ter perdido o filho nas batalhas pelas questões irlandesas. Segundo o cantor Steve Hogarth, não há nenhuma Mary Dunoon histórica. Foi apenas um nome, comum e simples.

Celebração anual da Easter Rising.

Oficiais britânicos posando sob a estátua de Parnell, com a Starry Plough.

Poster da Easter Rising.

No fim das contas, Easter é uma canção de esperança. Fala do retorno do porto de Liverpool para o norte da Irlanda, em uma cena de certa paz, onde se pode observar detalhes como as peripécias das águas.

Apenas para completar a informação, segue o poema de Yeats, que traduzirei algum dia: 

EASTER 1916
(Willian Butler Yeats, setembro de 1916)

I have met them at close of day
Coming from vivid faces

That woman's days were spent
In ignorant good-will, 
Her nights in argument
Until her voice grew shrill. 
What voice more sweet than hers
When, young and beautiful, 
She rode to harriers?
This man had kept a school
And road our winged horse; 
This other his helper and friend
Was coming into his force; 
He might have won fame in the end, 
So sensitive his nature seemed, 
So daring and sweet his thought.

This other man I had dreamed
A drunken, vainglorious lout. 
He had done most bitter wrong
To some who are near my heart, 
Yet I number him in the song; 
He, too, has resigned his part
In the casual comedy; 
He, too, has been changed in his turn, 
Transformed utterly:
A terrible beauty is born.

Hearts with one purpose alone 
Through summer and winter seem
Enchanted to a stone
To trouble the living stream. 
The horse that comes from the road, 
The rider, the birds that range

Too long a sacrifice
Can make a stone of the heart. 
O when may it suffice?
That is heaven's part, our part
To murmer name upon name, 
As a mother names her child
When sleep at last has come
On limbs that had run wild. 
What is it but nightfall?
No, no, not night but death; 
Was it needless death after all?

For England may keep faith
For all that is done and said. 
We know their dream; enough
To know they dreamed and are dead; 
And what if excess of love 
Bewildered them till they died?
I write it out in a verse -
MacDonagh and MacBride
And Connolly and Pearse
Now and in time to be, 
Wherever green is worn, 
Are changed, changed utterly:
A terrible beauty is born.



E a letra em inglês da Easter:


EASTER
(Hogarth/Rothery/Kelly/Trewavas/Mosley)

A ghost of a mist was on the field 
The grey and the green together 
The noise of a distant farm machine 
Out of the first light came 

A tattered necklace of hedge end trees 
On the southern side of the hill 
Betrays where the border runs between 
Where Mary Dunoon's boy fell 

Easter here again, a time for the blind to see 
Easter, surely now can all of your hearts be free 

Out of the port of Liverpool 
Bound for the North of Ireland 
The wash of the spray and horsetail waves 
The roll of the sea below 

And Easter here again, a time for the blind to see 
Easter, surely now can all of your hearts be free 

What will you do? 
Make a stone of your heart? 
Will you set things right? 
When you tear them apart? 
Will you sleep at night? 
With the plough and the stars alight? 

What will you do? 
With the wire and the gun? 
That'll set things right 
When it's said and done? 
Will you sleep at night? 
Is there so much love to hide? 

Forgive, Forget 
Sing "Never again."

Sei que esse foi um post meio preguiçoso, mas precisava voltar com alguma coisa e celebrar essa Páscoa!











sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11:11:11

Hoje é um dia de festa para o bLog Onzed'Onze, afinal é o dia 11 de novembro de 2011 da Era Vulgar. Um dia de simbolismo interessante (11/11/11), mas ao mesmo tempo é um dia qualquer, visto que - a despeito dos alardes dos místicos virtuais e dos profetas do apocalipse - o verdadeiro dia 11/11/11 só ocorreu no ano 11 da Era Vulgar (Depois de Cristo) e, ainda assim, não teria nenhum impacto místico ou mágiKo, pois a Era Vulgar não é a contagem real do Tempo do Mundo.

O verdadeiro décimo primeiro dia do décimo primeiro mês do décimo primeiro ano não foi testemunhado pelo homem. Então, os fatos estranhos, os cataclismos, as mudanças de consciência atribuidas a esta combinação numérica não tiveram nenhum impacto sobre o ser humano (pelo menos de forma presencial). O dia de hoje nem sequer abriga uma combinação numérica perfeita, pois hoje é o dia 11 do mês de Novembro (que só é o mês Onze devido a uma convenção, pois de fato, no ciclo lunar e na contagem dos meses originais - baseada nas estações - Novembro é o nono mês) de 2011 (que não é um ano composto por combinação perfeita e sequencial do signo numérico "1").

É uma data de beleza simbólica, que pode até provocar belas impressões às consciências daqueles que buscam alguma coisa além do que sentimos com nossos parvos sentidos objetivos e com nossos atrofiados sentidos subjetivos. Então, belos amigos, é hora de aproveitar tanto alarde sem fundamento e transmutar essas besteiras proféticas para lembrar ao homem que é hora de nos conscientizarmos e nos prepararmos para uma mudança real, que envolve não apenas um grande evento cósmico, uma explosão de luzes e cores para os "místicos" de internet e os profetas do apocalipse babarem olhando para o céu. A verdadeira mudança que podemos fazer e está nas nossas mãos para que façamos é o fim do sistema de coisas que ora julgamos como o único possível.

Nós não precisamos de tantos governos, tantas fronteiras, tantos líderes, tantos sistemas econômicos, tantas religiões, tantas moedas. Precisamos apenas dos "A's" dos quais o Marinho fala: Água, Alimento, Abrigo. Enquanto estivermos dividos por países, governos, sistemas de governos, etc e etc, também estamos divididos de nós mesmos. Somos uma única espécie fingindo ser várias. Enquanto um moleque loiro está gordo, estatelado num sofá vendo desenho animado e morrendo por doenças causadas por extrema ingestão de alimentos, uma criança negra está morrendo de fome, desnutrida, rangendo seus dentes deitada no chão. Estes extremos são prejudiciais e são resultados óbvios e diretos do sistema de coisas.

Onze do Onze é um bom momento para mudarmos nossas consciências em relação a isso. É um excelente momento para abrirmos nossa mente e parar de acreditar no Deus Mídia. E não estou falando de TV e Rádio e Internet e Jornais. Estou falando da pior Mídia, que é a Mídia do Bate Papo. Aquelas conversas com os colegas no horário do almoço, onde cada um despeja toneladas de preconceitos enquanto finge, atuando para si e para os outros sobre o quão livre de idéias pré-concebidas é. É essa a pior mídia, onde você fala mal de tudo o que você não entende, e tenta convencer outros a pensar como você. Pergunto se você já pensou em quantas mentiras por dia você fala nesses momentos e no grande mal que causa. Pergunto se você  faz idéia do poder de sua palavra sobre a opinião alheia e nos desdobramentos disso. Pergunto se você saberia viver sem essas mentiras. Afirmo que são essas suas mentiras esses pequenos preconceitos que sustentam essa sociedade ridícula, com governos corruptos (espelhos de uma sociedade corrupta) e com empresas corruptoras. Sim! A culpa é de cada um que falta com a verdade para fazer-se popular em uma roda de conversa.

Proponho a cada um utilizar este "místico" dia para refletir e tentar passar um dia sendo o que realmente é, sem fingir saber o que não sabe, sem opinar baseado em preconceitos. Lembre-se: Se você nunca esteve do lado de lá daquela porta fechada, você NÃO SABE o que tem lá. E quanto mais restrita é a entrada por aquela porta, quanto menos pessoas têm o direito de entrar, mais tem gente que nunca lá esteve falando que sabe o que lá existe. Ou seja, quanto mais restrito um tema, maior o número de ignorantes e mentirosos falando sobre ele. Experimente não fazer isso. Experimente dizer "Não sei" quando alguém perguntar sobre algo de que você não entende. Experimente a Verdade.

Escrevi uma música, para o disco The Gigsaw, da banda Sub Rosa, uma música chamada "The Last Ride", onde falo sobre o mundo ideal, no qual acredito que vamos viver tão logo o homem abra mão de suas fragilidades. O homem odeia aquilo de que tem medo e ataca ferozmente aquilo que expõe sua fraqueza. A letra desta música é em inglês, mas vou traduzí-la assim:

O ÚLTIMO PASSEIO

Parte 1:
No fim, você dá uma olhada e percebe
Que as coisas não são como costumavam ser
Não há mais ninguém para culpar
E você nunca mais será o mesmo (novamente)

Mais ninguém para lhe dizer o que fazer
Ninguém dizendo o que é direito para você
Nada mais para chamar de seu
E nenhuma bandeira para inflamar você (nenhum tipo de herança)

Liberte os deuses de doutrinas religiosas
Liberte o amor de alianças e árvores genealógicas
Sinta a verdadeira abolição
Isso é apenas um passeio, aproveite o fim

A parte dois continua o tema, mas a parte 1 é a que realmente importa para este tema. A propósito, ela é a música 11 do disco...

Apenas a título de curiosidade, a parte 2 diz o seguinte:

O Último Passeio
Parte 2:
Um novo tempo está chegando e, acredite, você é uma estrela
Leia nossos antigos credos secretos, monte unicórnios malhados
Agora inquira por que são enlaçadas as noites mais velhas a comer dias crus

Se a luz espreita, una minhas novidades interiores e teu gelo
Tente sentir o que há de real em três dimensões de Tempo
Não há mais tempo para temer e odiar.
É apenas um passeio, aproveite o fim!


Feliz 11/11/11 que na verdade não é 11/11/11.

Aproveite este dia para mudar de vida. Se não conseguir, pode aproveitar qualquer outro dia. Todo dia existe uma combinação numérica bem interessante para você usar uma desculpa mística para dar um basta em tudo o que há de errado.

"Imagine todas as pessoas vivendo suas vidas em paz..." - Mestre Lennon

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Excesso de Citação de Embasamentos = Insegurança

"A ciência provou, prova e ainda provará todos os benefícios que ela (a maconhapode trazer para a sociedade." - Não vou citar o autor para não sujá-lo.


Tenho preguiça e sinto vergonha alheia quando leio argumentos como o citado acima. No texto em questão, um usuário da maconha pretende defender a descriminalização do uso da mardita. Para não assumir que "quer porque quer", lança mão de argumentos ridículos como os do Marcelo D2, que afirma que "uma erva natural não pode lhe prejudicar" (será que o energúmeno já ouviu falar em ervas venenosas? Será que ele colocaria seu argumento à prova, ingerindo sementes de rícino? Afinal, é uma erva natural, enviada por D'us), e, logo em seguida, após desfilar argumentos sem sentido, solta a pérola que citei acima, afirmando que a Ciência já provou isso e aquilo.

Em primeiro lugar, a maioria dos citadores da "Ciência" sequer tem o hábito de ler periódicos científicos e, mesmo se lessem, talvez não entenderiam bulhufas do que neles é colocado.

Em segundo lugar, no caso específico da maconha, ela não é proibida por políticos ou policiais ou beatas caretas que querem atrapalhar o mundo dos maconheiros ou ganhar dinheiro com o tráfico ilegal. O consumo dela é proibido pelo Ministério da Saúde, devido aos malefícios que provoca. Atualmente, o que é divulgado em periódicos científicos é que o uso da maconha provoca várias complicações psíquicas, reduz em 50%-60% os índices de testosterona (o que explica muitos comportamentos estranhos dos usuários do sexo masculino...), agride órgãos vitais e prejudica os reflexos e o raciocínio. Seu único uso medicinal comprovado está no controle de enjoos e ataques epilépticos, mas há outros medicamentos muito mais eficazes e menos perigosos para ambos os casos. Mesmo a justificativa de que a Cannabis Sativa tem uso medicinal jamais justificaria sua liberação para ser fumada a torto e a direito, pois ela seria restrita aos DOENTES e, devido a seus inúmeros efeitos colaterais agressivos, teria que ser vendida sob prescrição médica e teria tarja preta. Enfim, maconheiros, sinto informar que seus argumentos não colam. No fim das contas, o molequinho que escreveu o texto vai ter que continuar batendo o pezinho no chão, dando chilique e falando que "quer porque quer" a descriminalização, sem nenhum outro argumento. Ervas naturais prejudicam, sim! Ou aceita as leis da Natureza ou vá morar na terra da fantasia.



Em terceiro lugar: Pessoas que argumentam demais citando "a Ciência prova", regra geral, não têm segurança em si mesmas. Reconhecem que são mentirosas contumazes, em seu subconsciente, e sabem que, se estivessem no lugar de seu interlocutor, não dariam a menor credibilidade às palavras ouvidas. Sabem, também, que não teriam condições de sustentar seus argumentos, então jogam para a tão magnífica Dona Ciência a responsabilidade das besteiras que afirmam, pois sabem, também, que poucas pessoas correrão atrás da informação no círculo científico cabível.

Carambolas... como irrita ver pessoas fazendo isso! Não tem argumento? Cale a boca!

Quer fumar maconha? Fume! Mas saiba que é CRIME, que FAZ MAL, que VICIA, que DEIXA LERDO, que causa IMPOTÊNCIA SEXUAL, que deixa AFEMINADO, que você, bondoso maconheiro, de espírito e intelecto tãããão elevados, SUSTENTA O TRÁFICO DE DROGAS, que MILHARES DE CRIANÇAS são aliciadas pelo tráfico todos os anos e MORREM por isso, que várias FAMÍLIAS SÃO DESTRUÍDAS por sua culpa única e exclusiva, que você é um INFRATOR DA LEI, etc e etc. Não tente convencer as pessoas de que esse seu vício faz bem, não tente induzir outras pessoas a cair no mesmo erro que você, a não ser que você seja um traficantezinho sem caráter e sem vergonha, você não lucrará nada levando pessoas para o buraco onde você se encontra. Embora eu saiba bem que vocês são muito inseguros e adoram companhia, gostam de ver que não estão sozinhos na merda.

Assumam que vocês gostam mesmo é de fugir da realidade. Fumar maconha pra você, brasileirinho, não é hábito religioso. Você não tem nenhuma fé em Jah. Isso é só uma desculpa esfarrapada, seu inseguro. Seja pelo menos, honesto para assumir que você fuma esse negócio para escapar das responsabilidades que a realidade lhe mostra.

Ciência prova o quê?

Vá ler um periódico científico, veja o quanto você é desinformado e vá procurar instrução. Recomendo que você pare de fumar essa coisa, senão o cérebro não vai ajudar muito, você vai ficar delirando em cima de informações sérias, criando ilusões de que é muito inteligente sem ser e, no fim, vai espalhar pelo mundo mais merda, através do que você chama de "sua arte", mas é apenas veículo de apologia a maus hábitos.

Postagem atípica, essa... mas canso-me fácil de ver mentirosos metidos a fodões espalhando merda pela rede. Pior ainda quando um escroto desse afirma ser parte de coisas inacessíveis para gente sem caráter.

Quer saber o realmente há de científico na maconha? Aqui está o link do Ministério da Saúde sobre ela: http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=271

Algum defensor tem alguma fonte séria a mostrar, ou vão continuar falando que "a Ciência prova, provou e provará"??? Acho que isso foi fruto de um delírio...

SEJA FEITA A JUSTIÇA, MESMO QUE DESMORONEM OS CÉUS!

VERDADE! VERDADE! VERDADE!

SEMPRE A VERDADE!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Traduções de Letras de Música - Parte 002: Hotel California - The Eagles


Mais uma campeã de traduções erradas na internet (e nos trabalhos escolares), Hotel California é alvo da curiosidade de muitos fãs de Rock n' Roll. Este vídeo é clássico e, ao meu ver, muito mais interessante do que aquele acústico famoso. Aqui vemos realmente o que foi o vôo das Águias nos anos 70.

A letra, fantástica, super culta e quase indecifrável para quem não viveu nos USA na época, requer um senhor estudo para ser decifrada. Não ouso colocar aqui a minha interpretação do que é o Hotel California. Apenas indico os caminhos para quem quiser tentar chegar a uma conclusão, ou apenas aventurar-se nesta estrada deserta e escura.


HOTEL CALIFORNIA*

Numa autoestrada deserta e escura
O vento fresco em meu cabelo
O cheiro cálido de maconha erguendo-se no ar
Logo adiante, à distância, avistei uma luz trêmula
Minha cabeça ficou pesada e minhas vistas se embaralharam
Tive que pernoitar

Lá estava ela, na entrada
Ouvi a campainha da recepção
E estava eu pensando cá pra mim
“Isso poderia ser o paraíso ou o inferno”
Aí ela acendeu uma vela e mostrou-me o caminho
Havia vozes pelo corredor
Pensei tê-las ouvido dizer:

Seja bem-vindo ao Hotel California
Um lugar tão adorável
Um rosto tão adorável
Um monte de quartos no Hotel California
Em qualquer época do ano
Você o encontra aqui

A mente dela está obcecada pela Tiffany*
Ela tem as torções* da Mercedes
Ela tem um monte de rapazes lindos, lindos
Que ela chama de “amigos”
Como eles dançam no átrio!
Doce suor de verão...
Alguns dançam para lembrar, outros para esquecer

Então, chamei o capitão*
“Por favor, traga meu vinho”
Ele disse: “Não temos tido esse senso de humor* por aqui desde 1969”
E aquelas vozes ainda ficam chamando de longe
Acordam você no meio da noite
Apenas para ouvi-las dizer:

Seja bem-vindo ao Hotel California
Um lugar tão adorável
Um rosto tão adorável
Eles aproveitando a vida no Hotel California
Que bela surpresa
Traga seus álibis

Espelhos no teto
Champagne Rosê ao gelo
E ela disse: “Somos todos apenas prisioneiros aqui, de nosso próprio dispositivo”
E nas Câmaras* do Mestre
Eles se reuniram para o banquete
Eles o* apunhalavam com suas facas de aço*
Mas simplesmente não conseguiam matar a Besta*

A última coisa de que me recordo
É de que eu estava correndo para a porta
Eu precisava encontrar uma passagem de volta
Para o lugar de onde vim
“Relaxe”, disse o vigia da noite
“Estamos programados para receber.
Você pode assinar sua saída sempre que quiser,
Mas nunca pode sair!”


1 – California está sem acento porque não deve ser traduzido. É comum traduzir nomes de estados norte-americanos, como “São Francisco”, “Nova Orleans”, “Carolina do Sul”, “Nova Iorque”, ao invés de usar seus nomes originais “San Francisco”, “New Orleans”, “South Carolina” e “New York”. Neste contexto, costuma-se acentuar a palavra “Califórnia”. No caso da música, no entanto, estamos nos referindo a um hotel chamado California, e não ao estado da Califórnia. Portanto, como nome de estabelecimento, não é prudente traduzir nem aportuguesar. Vale ressaltar que a foto na capa do disco “Hotel California” é o Beverly Hills Hotel, também conhecido como “Palácio Cor-de-Rosa”, muito freqüentado por celebridades. A foto é do Beverly Hills Hotel visto do Sunset Boulevard, outro estabelecimento de alto luxo (isso é muito importante para compreender o conceito do tema Hotel California, sobre “o lado sombrio do Paraíso”, nas palavras do compositor Don Henley).
As origens da palavra “California” são tema de muita polêmica e seria válido todo um estudo só sobre isso. Mas, a título de curiosidade, podemos ressaltar algumas teorias sobre o significado da palavra: “Quente como um Forno”, “Da Califa (rainha das Valkírias), e “Inferno” (sendo comum em italiano mandar alguém à Califórnia quando quer mandar para o inferno), e, na língua dos índios americanos, há uma palavra semelhante que significa “Montanhas Altas”. Uma outra teoria, abraçada por evangélicos radicais e teóricos da conspiração, afirma que o cantor não diz “hotel” na gravação, mas “Hot Hell” (Inferno Quente), nas tentativas de conectar a banda com uma conspiração satânica para perverter as almas dos jovens amantes de rock n’ roll.

2 – “Her mind is Tiffany-twisted”. Tiffany & Co é a maior, mais cara e mais badalada joalheria dos Estados Unidos. O fato da mente da garota estar “retorcida pela Tiffany” é uma referência ao materialismo dela, confirmado na próxima metáfora.

3 – “She got the Mercedes Bends”. Don usa um trocadilho de “Benz” (da marca Mercedes Benz) com “Bends” (Torções). “The bends” é uma expressão usada para referir-se ao estado de euforia vivenciado por mergulhadores, quando emergem à superfície após muito tempo submersos. As golfadas fortíssimas de ar geram este estado alterado de consciência. Fazendo uma ligação com o verso anterior, compreendemos que o materialismo anunciado na obsessão pela joalheria Tiffany e aos carros da Mercedes pode ser comparada ao efeito de alguma droga alucinógena, e que quando ela emerge da “viagem”, experimenta uma sensação semelhante a “the bends”. Trocadilhos intraduzíveis para o português, mas importantes para compreender o que é o “Hotel California”, que, como veremos, não é um hotel.

4 – “So I called up the captain”. Embora a palavra “Capitão” não seja muito utilizada em português para referir-se a garçons, há casos (principalmente aqui em Minas) em que ocorre, devido à influência do inglês em nossa cultura.

5 – “Spirit”, citado na frase “we haven’t had that spirit here since 1969” pode ser erroneamente traduzida como uma referência ao vinho. Inclusive algum tradutor que não conheça bebidas poderia compreender este verso como “Não temos tido este tipo de bebida (spirit) aqui desde 1969”. Isso seria mais um erro cultural do que um erro de tradução, já que o vinho não é um “spirit” (bebida destilada). No caso, “spirit” refere-se ao senso de humor. Por que o garçom diria isso a um hóspede? Por que é engraçado o fato de alguém pedir vinho num hotel? Por que eles não têm ninguém com senso de humor ali desde 1969 (Lembrando que o disco “Hotel California” é de 1976, seriam sete anos desde que ninguém fazia gracejos dentro do estabelecimento)? É para se pensar...
A título de curiosidade: Evangélicos fanáticos e teóricos da conspiração afirmam que “Spirit” é referência ao “Espírito de Deus” e que ele não está presente ali devido às depravações satânicas que se tornaram públicas em 1969 nos Estados Unidos, já que foi justamente em 1969 que Anton LaVey lançou a Bíblia de Satanás e estabeleceu a Igreja de Satã na Califórnia.

6 – “Chambers”, que está traduzido como “Câmara”, também poderia ser traduzido como “Aposentos”, mas tiraria o clima solene e castelar que a letra toma nesta parte.

7 – O “It” do verso “They stabbed it with their steely knives” refere-se ao “Banquete” citado no verso anterior, e não ao “Mestre”, dono do aposento.

8 – “Steely knives” chama a atenção devido ao Y desnecessário no final da primeira palavra. O natural seria “steel knives” para “facas de aço”. Então, por que o “steely”? Pesquisando sobre isso, chegamos à informação de que a banda Eagles excursionava junto a outra banda, administrada pelo mesmo empresário que eles. Esta banda chamava-se Steely Dan. Então, como em um disco contemporâneo a Hotel California o Steely Dan lançou uma música cuja letra citava os Eagles. A música do Steely Dan chama-se “Everything You Did” e a letra diz: “Turn up the Eagles. The neighbours are listening”  (“Aumente os Eagles. Os vizinhos estão ouvindo”). Steely, neste caso , é uma alusão e uma brincadeira com a banda Steely Dan.
O ato de “esfaquear” aqui é também uma referência à injeção de drogas intravenosas, se fizermos uma análise mais profunda da letra. Vejamos mais disso no próximo tópico.

9 – Mais como curiosidade do que tradução, lembremo-nos que nas tradições góticas cita-se o vício incontrolável e a busca hedonista por prazeres imediatos como “A Besta” (quem já jogou o RPG Vampire: The Masquerade já viu esta expressão relacionada à necessidade por sangue). No caso do estabelecimento “Hotel California”, as pessoas ali reunidas, “prisioneiras do próprio dispositivo que criaram”, elas tinham reuniões no quarto do “Mestre”, onde elas tinham uma espécie de “banquete”. Ao ver as pessoas desesperadamente tentando saciar seus vícios, no entanto sem conseguir livrar-se deles, o eu lírico tenta fugir do estabelecimento, que “está programado apenas para receber”, mas de onde nunca se pode sair. Que tipo de lugar é esse? Uma clínica de reabilitação? Um sanatório? Um asilo? Uma prisão? Um hospital? Uma clínica psiquiátrica? A Mansão dos Mortos? O Inferno (Hot Hell Cali Fornia = O Quente Inferno, Quente como Forno)? O Vício?
Quem seria a garota que o herói encontra na recepção? Uma traficante? Um anjo? Um demônio? Lembremo-nos de que ela já o esperava na porta, o ajudou a entrar, o conduziu com uma vela nas mãos, mas tem problemas psicológicos com materialismo, não é funcionária do lugar (ela confessa que também está presa ali) e tem um certo séquito de rapazes...
Enfim, a letra é riquíssima em símbolos. Pode tratar-se de uma história mística, de uma história de terror, de drogas, do fim de um relacionamento. Há muitas teorias. Mas o objetivo é levar a pensar e não dar respostas prontas.




LETRA ORIGINAL (copiada do encarte do vinil Hotel California, de 1976):

HOTEL CALIFORNIA

On a dark desert highway
Cool wind in my hair
Warm smell of colitas, rising up through the air
Up ahead in the distance, I saw a shimmering light
My head grew heavy and my sight grew dim
I had to stop for the night

There she stood in the doorway;
I heard the mission bell
And I was thinking to myself
“this could be heaven or this could be hell”
Then she lit up a candle and she showed me the way
There were voices down the corridor,
I thought I heard them say:

Welcome to the Hotel California
Such a lovely place
Such a lovely face
Plenty of room at the Hotel California
Any time of year
You can find it here

Her mind is Tiffany-twisted
She got the Mercedes Bends
She got a lot of pretty, pretty boys,
That she calls friends
How they dance in the courtyard!
Sweet summer sweat.
Some dance to remember, some dance to forget

So I called up the captain,
“please bring me my wine”
He said: “We haven’t had that spirit here since nineteen sixty nine”
And still those voices are calling from far away
Wake you up in the middle of the night
Just to hear them say:

Welcome to the hotel california
Such a lovely place
Such a lovely face
They livin’ it up at the hotel california
What a nice surprise!
Bring your alibis

Mirrors on the ceiling,
The pink champagne on ice
And she said: “We are all just prisoners here, of our own device”
And in the Master’s Chambers,
They gathered for the feast
The stabbed it with their steely knives,
But they just can’t kill the beast

Last thing I remember,
I was running for the door
I had to find the passage back
To the place I was before
“Relax,” said the night man,
“We are programmed to receive.
You can check out any time you like,
But you can never leave!” 

O Homem Capitalista Ocidental e Seu Descaso com o Resto do Mundo

 Imaginem vocês a seguinte situação:

O Grande Homem Ocidental
Você vai à Europa Oriental e resolve, um belo dia, conhecer a cultura local através de uma ida ao cinema. Há um filme em cartaz que chama a sua atenção. O nome do filme: "Jesus".
Ingresso na mão, guloseimas prontas, você adentra a sala para ver um lindo filme religioso.
Para seu total espanto, tem início um filme de ação, onde um cara cabeludo e musculoso, tão cheio de poderes quanto de contradições e incertezas, usando uma calça coladinha e um corpete, no bom estilo dos heróis da Marvel e da DC, chamado Jesus, combate inimigos que querem tomar o domínio do planeta. O chefão do mal não poderia ser outro: Lúcifer. Loiro, de cabeleira esvoaçante e tridente lança-chamas, arma mil e uma situações para derrubar Jesus.
A intervenção maior acontece: O próprio D'us Javé (ou Jeová, ou IHWH, como queiram) é o personagem mais poderoso do filme, mas também é várias vezes ludibriado pela corja de Lúcifer.
Lembrando que todos eles, tanto Javé quanto Lúcifer usam calças colantes e uniformezinho ridículo.
Acredito que os mais religiosos dos meus leitores ficariam chocados e até mesmo ofendidos ao ver tal situação, certo?

Então...
Chocante é não se sentir chocado com o que fazemos...
Vocês acabaram de conceber o sentimento que algum morador das regiões geladas do norte da Europa e da Ásia, ainda seguidor das antigas tradições vikings, teria ao visitar algum país capitalista ocidental e ver THOR em cartaz. Sei que imediatamente virão as críticas de algum de vocês, considerando a comparação radical. Afinal, é inconcebível para maioria até mesmo eu usar este exemplo. Mas, caro cristão, use um pouco do seu cristianismo e coloque-se no lugar do outro por um instante: Se um cristão poderia se ofender ao ver Jesus de calça colante, porque um herdeiro dos vikings não se ofenderia ao ver um Thor todo descaracterizado e ridicularizado? A imagem ao lado é para reforçar o sentimento.

Mas o homem ocidental não tem o menor pudor ao transformar deuses e valores de povos que não sejam o americano cristão e seus imitadores em produtos para entretenimento. Não há o menor respeito nem pelas religiões, nem pelas tradições. O budista é quase sempre visto como um idiota zen, o islamita quase sempre visto como um terrorista fanático, os africanos são tidos como "macumbeiros", os rastafari são tidos como maconheiros escutadores de reggae. Isso só para citar pouco. Não existe o menor respeito a nada. Transformar Thor, Ororo, Ravena, Lóki, Odin, etc, em heróis humanizados é até pouco, comparado com a total negligência com a cultura alheia.

O deus maior dos capitalistas é o dinheiro. O homem capitalista só não transformou Jesus em um herói com calça colante porque consegue ganhar mais dinheiro com sua imagem divinizada, em igrejas caça-níqueis. Só por isso e mais nada. E não estou falando apenas de igrejas evangélicas. A venda de ítens religiosos, de crucifixos a adesivos, é o motor de uma indústria milionária. No dia em que isso não der mais dinheiro (se este dia chegar), é assim que Jesus pode aparecer por aí:
A transformação...

Para o alto e avante...
Muita gente diz e pensa que a violação da cultura de povos dominados aconteceu antigamente. Discordo. O violentar das culturas diferentes está acontecendo, de fato, agora. Comparado com o que estamos fazendo hoje, a época das cruzadas foi apenas uma "passada de mão na bunda". O estupro está acontecendo é agora, com a mídia desregrada que temos.

A maioria das crianças brasileiras e americanas acredita que todos os povos do mundo são cristãos e capitalistas, exceto aqueles" homens barbudos de túnicas brancas", que moram no deserto e amarram bombas ao próprio corpo ou jogam aviões em prédios para matar gente boa. É inconcebível para a maioria das crianças (e dos velhos) do Brasil e dos States que esquimós, índios, africanos, etc e etc nem saibam quem foi Jesus, nem conheçam o refrescante sabor de uma Coca-Cola, nunca tenham ouvido o grande sucesso do Justin Bieber e tampouco salivem ao ver a logo do McDonald's.

É difícil, caro colega capitalista ocidental, mas aprenda esta verdade: O Planeta Terra tem mais de 6 bilhões de humanos. Destes, APENAS pouco mais de 2 milhões são cristãos. E ainda são subdivididos em várias "religiões cristãs" e vivem se combatendo.

Você não vê por aí budistas ou umbandistas ou confucionistas divididos entre si. Também não ouve falar de hindus mandando para a fogueira quem não crê em seus "deuses de amor e bondade".

Religião sempre foi uma grande desculpa para o homem combater seus semelhantes.
É hora de acordarmos para a realidade e dar fim a esta arrogância de pensar que todo o planeta pensa e age como nós. Se este mundo tem salvação e ainda não caiu em uma terrível grande guerra ou em uma situação social pior do que a vivida na Europa na primeira metade da Idade Média, é porque a maioria da população é tolerante e VIVE religiões que apregoam a paz, a reflexão, o amor universal e as virtudes.

Sim, caro homem ocidental, é isso mesmo: Se ainda há paz neste mundo é porque os ELES (a maioria) são tolerantes com VOCÊ e COMIGO. Se dependesse de nosso estilo de vida, onde temos religião apenas para pedir socorro diante dos problemas e para fingir para os outros que somos bons, quando, na verdade, nossos pensamentos e sentimentos são totalmente condenáveis, o mundo já estaria em caos.

Meus caros, chega de preconceitos religiosos, raciais, etc. Você, caro homem ocidental, fala mal de tudo o que você desconhece. Sabe por quê? Porque você tem medo. Você foi treinado, adestrado e condicionado, desde o berço, a ter vergonha de assumir que desconhece algum assunto e TEMER do que desconhece, e, pra piorar, para sentir-se bem consigo mesmo, você foi treinado a ODIAR aquilo que desconhece. Então, como seu ódio sozinho não basta para destruir ou moldar estas coisas, você fala mal, você se encobre de preconceitos e detona, com sua língua ferina, tudo aquilo que você adoraria conhecer mas não pode ou não consegue.

O ópio do povo, a arma dos homens atrás da cortina.
TEMER e ODIAR é a arma do homem ocidental moderno. Com essa prática, nós temos destruído tudo o que um ser superior, de inteligência e amor infinitos pode ter feito. Não somos amigos da sabedoria, nem da tolerância, nem da compaixão. Estamos acostumados a proibir e sermos proibidos. Liberdade só existe em nosso vocabulário na hora de fazer poesias, músicas no estilo "We Are the World" ou discursos políticos. Não sabemos conviver nem com a nossa própria liberdade, o que dizer da liberdade alheia? Ela nos incomoda, e muito.
Guerra Santa Versão Ultimate
Chega de temer e odiar. Há coisas que são para nós e nós para elas. Outras não são. Se você acredita em Jesus, porque ridicularizar e desrespeitar Odin, Buda, Oxalá, Tupã, Quetzocoatl, Vishnu, etc? Se você acha ridículo um índio adorar o Sol e a Lua, ou um japonês colocar arroz para um antepassado, pense que eles também podem achar ridículo acreditarmos em um deus invisível e cheio de desvios de personalidade, como ciúmes e vingança.

Deuses, se são muitos, se é um só, não importam. O mais importante é convivermos bem e em paz, cada um em seu caminho. O que realmente vale é ter nossos princípios religiosos como princípios de tudo aquilo que há de sublime.
O Destemido Monarca Que Anda
Ser cristão não é ficar ofendidinho ao ver as imagens de Jesus neste bLog ou brigar com quem não é cristão e ficar berrando "queima ele, Jesus". Isso é muito fácil e é até mesmo ridículo. Isso é mostrar que você é um desequilibrado. Quero ver alguém ser cristão na hora de preferir oferecer a outra face a iniciar uma contenda. Quero ver alguém ser cristão na hora de amar D'us acima de tudo e o próximo como a si mesmo. E aí, senhores cristãos? Que tal? Quer ficar ofendidinho? Fique com as igrejas que patrocinam guerras usando o nome de sua divindade favorita.

Sabem aquelas religiões que vocês acham ridículas? Pois é... o pessoal que acredita nelas, que você chama de bobo ou louco, VIVE cada um dos princípios. E nós, ocidentais, não somos capazes de viver nem o mais importante e básico dos princípios.

TOLERÂNCIA com a DIFERENÇA é a maior prova de amar o próximo como a si mesmo, sabia? Pois você é muito tolerante, tenho certeza, com cada um dos seus muitos defeitos, senão já teria se matado. Será que você, grande homem, grande mulher, é capaz de ser tolerante com a diferença (que você chama de defeito) do seu próximo?

Lembre-se, homem ocidental, capitalista e cristão, de que nós somos MINORIA. Graças a D'us! A maioria das pessoas do mundo é formada por pessoas que acham ridículas e burras todas as nossas práticas comerciais e sociais, a nossa religião e até nossas roupas. Ainda bem que eles são TOLERANTES com nossa burrice. Ainda bem, mesmo! Porque se eles pensassem como nós, já estaríamos aniquilados.

Já escrevi demais. Fiquem em paz! Coexistam!


P.S.: Antes que me chamem de anticristão, ou qualquer outra coisa do tipo, gostaria de esclarecer que não tenho nenhuma religião, e ao mesmo tempo acredito em todas. Tenho um pé inteiro dentro do judaísmo, amo o cristianismo (apesar de ter medo dos cristãos) e sou fascinado pela religiosidade oriental. E sou partidário de que a síntese de todas as religiões humanas ainda seria incapaz de chegar aos pés do que é uma convivência pessoal com o que cada um chama de seu "D'us". Tenho o maior respeito por todas as religiões do mundo, inclusive a sua. É pela convivência pacífica entre todas elas que escrevo. É pelo fim do desrespeito das culturas alheias. É pelo fim da arrogância do homem ocidental capitalista e cristão.